Você narra suas histórias para si mesmo? Como conta sua vida para você mesmo? Tem narrador? E, lembrando a Tati Bernardis, nesse texto aqui, quantos anos tem seu narrador interno?
Tenho pensado sobre isso: sobre o modo que contamos nossa história ~ não só para os
outros, mas, principalmente, para nós mesmos.
Nessa nossa história, quem é o narrador ~ ele está na 1ª ou na 3ª pessoa (quem conta usa “eu” ou “a fulana”)? Qual é o foco que damos ao nos narrarmos? Somos heróis ou vilões? É um drama, um suspense ou uma aventura? De que modo contamos nossas vidas?
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Há dias em que minha narradora interna está animada e tudo o que conta da minha vida tem flores, poesia, pássaros, fadas. Outros, narro a mim mesma em uma tensão psicológica, com jogos de palavras e aquela tortura de não deixar claro o que está por vir. Obviamente, os dramalhões também acontecem ~ em dias e momentos bem específicos.
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Será que a escolha que fazemos para nosso narrador interno tem algum impacto (ou nuance) na nossa narrativa cotidiana? Qual?
O modo que a narro a mim para mim mesma também é diferente de quando conto as mesmas histórias para outras pessoas: costumo assumir um tom de humor, de graça, quase bonachão, quando a audiência é externa. Minha narrativa interna tem, quase sempre, um tom de fatalidade.
Pensando aqui comigo, parece que o foco narrativo muda de acordo com que escuta. Vocês também têm essa impressão?
Se a gente sair da oralidade e for para a escrita ~ escrever a própria história ~, você usaria os mesmos recursos, o mesmo tipo de narrador, o mesmo olhar? Qual impacto que nossa história tem (em nós) ao chegar no papel?
Acho que sou estou esta narradora das fatalidades...
No misturar a massa, parece que misturei todas as células confusas por aqui e saiu quase uma carta de despedida. Deste percurso tosco que nos impuseram há mais de um ano. Estou cansada, você também? Bjus😘